CRÈME DE LA CRÈME l Paris-2024: Bronze na França, equipe de ginástica artística é inspiração para futuras gerações



Aretuza, Sueli e a pequena Manuella, que pratica o esporte e é fã de Flavinha. Crédito: Victor Pereira/CORREIO

Nas arquibancadas da Arena Bercy, pequenas atletas brasileiras acompanharam feito histórico do Brasil. 

Por Victor Pereira/Correio - Quando Rebeca Andrade se preparava para o último salto, o Brasil ocupava o sexto lugar no ranking geral. Havia uma tensão no ar, um misto de conformismo de que ficaríamos, mais uma vez, sem medalha na disputa por equipes da ginástica artística com raspas de esperança de que, daquele salto, poderia sair algo espetacular. Só que, da arquibancada, se havia uma pessoa 100% confiante, essa era a pequena Manuella Pontes, de 10 anos. Já praticante do esporte, Manu havia chegado à capital francesa no dia anterior, acompanhada pela mãe, Aretuza, e pela avó, Sueli, só para acompanhar, de perto, a final olímpica do esporte que mais ama.

“Eu já tinha falado: ‘filha, não dá, né? Está muito longe, acho que vai ser difícil’”, admite a mãe. “Foi a melhor experiência da minha vida até agora. Quando a Rebeca conseguiu a nota mais alta da competição, 15.100, foi uma emoção muito grande”, descreveu a criança, demonstrando dominar o assunto e ter prestado atenção em cada detalhe.

De fato, a Arena Bercy parecia estar dividida entre norte-americanos e brasileiros, que rivalizavam nos gritos de apoio às respectivas equipes. De um lado, a maior de todos os tempos, Simone Biles, que executava movimentos tão incríveis que até o mais patriota dos brasileiros se rendia aos aplausos. A recíproca era verdadeira com Rebeca Andrade, deixando até a própria Biles de queixo caído com a sua performance. Virou meme nas redes sociais.

Mas, para Manu, nenhuma das duas desperta nela um brilho nos olhos como uma terceira. Quando perguntada sobre qual ginasta gostava mais, ela não titubeia e afirma: “Flávia, com certeza”. A explicação é ainda mais surpreendente e, diga-se, técnica.

“O principal aparelho dela é a trave e é um aparelho que treino muito e que eu quero me sair melhor. Porque, se eu der meu melhor na trave, consigo uma nota alta para melhorar a equipe. É o que eu mais gosto, de todos os aparelhos”, explica a garota, animada.

Sonho em dose tripla

A mãe e avó também estavam radiantes. As três voltam para o Brasil na próxima sexta-feira e este foi o único evento que elas puderam contemplar de pertinho. “Sempre quis assistir a um evento desse ao vivo. Ver as meninas e esta conquista foi algo fora de série, a gente fica meio perdido, querendo voar em cima”, conta Sueli Rodrigues que, aos 71 anos, vive a sua primeira Olimpíada.

“Minha mãe queria muito conhecer o Museu do Louvre, a Manuella queria ver a ginástica e eu amo Olimpíadas. Foi o jeito para realizar o sonho das três ao mesmo tempo”, conta a analista de sistemas Aretuza Pontes.


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